quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Português, por quê?

A luz me ilumina os olhos
Sou o pequeno nascido
O holofote do hospital é a ilusão dos meus sentidos
Que brilha em meio ao sorriso

Minha mãe diz calorosa
Como é lindo o meu filhinho
E eu ouço com zelo, mas só compreendo o carinho
Anos passam e vou ouvindo
Uma sinfonia de palavras que aprendo devagarzinho

Em um dia de verão
Uma linda senhorita diz-me atenção!
E eu começo a entender como se faz um coração
De vogais a consoantes construo minha emoção
Mas que pena, o sonho encontrou-se com a ilusão

Com a idade, veio o substantivo, adjetivo e oração
Pensei que era o pior, mas conheci a redação
Tempos difíceis passei, e um dia me indaguei
Porque estudar português num país sem coração!
Onde crianças, jovens e adultos morrem sem alimentação

Descobri a duras penas que a identidade de um povo
É a Língua de sua nação
E dela precisa o individuo para ascender em sua profissão
Conquistar lugares altos requer muita erudição
.
Cheyla Lanza Lopes

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

QUESTÃO DE PONTUAÇÃO

Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);

viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):

o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.

João Cabral de Melo Neto
COLOR DE CUENTO
!Oh qué gratas las horas de los tiempos lejanos
en que quiso la infancia regalarnos un cuento!
Dormida por centurias en un bosque opulento,
despertaste a la blanda caricia de mis manos.

Y después, sin que fueran los barbudos enanos
o las almas en pena a turbar el contento
del señorial palacio, en dulce arrobamiento
unimos nuestras vidas como buenos hermanos.

Hoy se ha roto el encanto: ya la Bella Durmiente
no eres tú; la ilusión de trinos musicales
se fue para otros climas, y pacíficamente

celebraré contigo mis regios esponsales,
al rendir el espíritu, de rostro hacia el poniente,
en la paz evangélica de los campos natales.

Poesía de Ramón López Velarde

sábado, 13 de fevereiro de 2010


SER PROFESSOR
Quando adentrei uma universidade tinha um sonho, SER PROFESSOR, uma dádiva de Deus, todos precisaram de um para chegar onde sonharam, serei o mentor dos sonhos, das realizações, serei tratado com muito respeito, carinho, enfim, serei um ser realizado. O tempo foi se esvaindo e logo veio a formatura; e agora? como será? Fui contratada, que alegria, vou realizar meu sonho, VOU ENSINAR...
Primeiro dia de aula estou eufórica, como serão meus alunos? meus colegas? minha escola?
Entro em uma sala de aula, percebo 37 rostinhos mirando firmemente para mim, digo um alegre "bom dia" e aí começa meu aprendizado, descubro que ter idade não significa ter responsabilidade, que pais não deveriam separar-se dos filhos, que avós não são pais de netos. Uma sociedade em desarmonia, leis em desacordo, falta de Deus...
Rapidamente converso com colegas, falta-me experiência!falta-me tato!falta-me a arte de entender o mundo! nesse exato momento percebo a desesperança, a desilusão; ouço conselhos, idéias, fórmulas - entre firme, não sorria - faça o seu trabalho e pronto - seja grossa eles adoram maus tratos - não seja idealista, no começo tambem era assim, hoje deixo a vida me levar.
Voltei para casa desiludida, como quando era criança, será que fiz a escolha certa? será que nasci com este dom? Quantas indagações me surgiram. Neste momento lembrei-me de Cristo, viveu por mim, sofreu por mim, morreu por mim, não me abandonou nunca e acima de tudo me mostrou que AMAR é não desistir do ser humano. Dobrei os joelhos,supliquei sua ajuda, desejei ouvi-lo e a partir daí, resolvi seguir seus conselhos. A luta não é fácil, mas podem apostar que nada, ninguém, nenhum sentimento é maior que o AMOR.
A sensibilidade e a percepção são peças chaves em nossa profissão, e acreditem, as vezes o amor dispensado a um aluno pode ser o único com o qual ele tenha contato.
Ser professor é esbanjar amor, é doar afeto, carinho, compreensão, e acima de tudo APRENDER...

Autobiografia















Meu nome é Cheyla Lanza Lopes, sou brasileira, divorciada, nascida em Terra Roxa - PR aos 24 de julho de 1.970, filha de Sérgio Lanza e Amélia Aparecida Favatto Lanza, mãe de Samuel Lanza Lopes, residente no município de Poxoréu-MT, sou funcionária pública (secretária) da Escola Profª Juracy Macêdo neste município. Sou formada em Letras/Português com habilitação em Língua Espanhola pela UFMT (Cuiabá-MT) no ano de 2007. Comecei meu labor aos 16 anos de idade como escriturária no Cartório de registro civil e protestos da comarca de Colíder-MT (1986-1989), mudei-me para a cidade de Peixoto de Azevedo-MT para ocupar o cargo de escriturária no Banco Bradesco daquela cidade (1989-1990), em seguida fui gerente de loja de confecções(1990-1991), ainda nesta cidade trabalhei como responsável pelo setor de protesto do cartório da mesma comarca (1991-1994), mudei-me para Cuiabá no ano de 1994, exercendo várias funcões pelo comércio local, como secretária financeira, caixa, gerente de clínica de serviços estéticos, faturista de laboratório de análises clínicas, secretária de clínica médica (1994-2007), enfim moro em Poxoréu desde março 2007.